O DIA...
Poema de Antonio Miranda
a madrugada
objeto submerso
— enquanto inteiro
enfrento
sob o teto o berço
o meu dinheiro
o objeto rompe
a madrugada
inaugura a
criança, arranca
insegura
(orvalhada)
a moeda
irrompe: a fralda
e os primeiros
raios
a manhã
sol(o) flora
o objeto compro-o
— a criança, a fralda —
a virgem terra
musicamava
a mulher lava
a planta, a larva
que anuncia
a tarde
eriça o objeto
portanto voluma-se
atento
ápice este teto
(apicesteto)
amasse mulher...
a criança, o arado
des canso, funde-se
(dinheiro)
a noite
sol f
lu (a)
ora
a planta
a mulher
— o arado
funda-se dormindo —
dinheiro ! compro
(CLOROFILA)
entro, abre-se
a madrugada
a criança
(orvalho) a fralda
e o objeto aderna
(adentra-se)
prosta-se
declinando a manhã
e a tarde se abre
a flor e o arado
noita-se o sempre
se
a cúpula, o berço
tenso
(cópula)
sub, a copa
fronde, a
— combustão e fotossíntese
— mulher - flor-
[ poema escrito em 1960, aos 19 anos de idade ]
|